Olá Comunidade Ecológica,
Neste artigo, Breno Veiga, co-fundador da Ekonavi, e Marcelo Silva, co-fundador da ReFaz, te convidam a conhecer os desafios de financiamento das atividades de base ecológica, como a agricultura regenerativa e as construções sustentáveis, introduzindo que tipo de soluções a parceria entre a Ekonavi e o ReFaz irá produzir para 2024.
Este artigo é o primeiro de uma série sobre os desafios e as soluções em blockchain para garantir que agricultores e construtores tenham o suporte para continuar produzindo suas atividades ecológicas, gerando alimentos e estratégias de desenvolvimento sustentável.
Neste primeiro artigo exploraremos a relação entre a blockchain e a agricultura, descrevendo alguns dos desafios, soluções e tentando responder à seguinte pergunta:
Como a tecnologia blockchain pode nos ajudar a superar o desafio de financiar as práticas ecológicas?
Agricultura e Agronegócio
À medida que a agricultura diz respeito à atividade agrícola em si, o agronegócio diz respeito ao ecossistema financeiro e industrial construído a partir da agricultura. Dessa maneira, o agronegócio se configura como uma estrutura fortemente voltada ao comércio internacional e à produção de commodities agrícolas, onde o critério mais relevante é o retorno financeiro para investidores.
Uma vez que atende a interesses prioritariamente financeiros, o agronegócio possui acesso a uma diversidade de oportunidades de financiamento, diversidade esta que não se apresenta da mesma maneira para a agricultura ecológica de menor escala, focada nas práticas de regeneração ambiental.
Pensando em consolidar um mecanismo financeiro que produza maior incentivo aos praticantes de métodos ecológicos, novas maneiras de geração de recursos têm surgido dentro da bioeconomia, como os regimes de compensação ambiental.
Carbono e Bioeconomia
O mercado de carbono é uma estrutura global, de centenas de bilhões de dólares, que oferece a remuneração de agentes que prestem serviços ambientais que envolvam captura de carbono, tais como o manejo agroecológico e a preservação de áreas de floresta.
Contudo, esse mercado também traz muitas incertezas relativas à ética dos contratos e a eficiência das métricas para o desenvolvimento socioambiental.
Sendo um mercado de centenas de bilhões de dólares, os agricultores acabam sendo a parte mais frágil, e por isso com menos capacidade de negociar condições justas para acessar os recursos disponíveis.
Esta disparidade aumenta o desafio de fazer os recursos chegarem às mãos de quem está de fato regenerando as condições de vida no planeta enquanto produz comida. Por isso, além do mercado de carbono em si, uma outra esperança para o financiamento ecológico é a bioeconomia.
O conceito da Bioeconomia envolve a utilização das tecnologias da natureza em harmonia com as tecnologias sociais, digitais e econômicas. Na prática, isso configura o fortalecimento das redes de comercialização da agricultura biodiversa, o acesso à educação, a valorização dos ativos ecológicos e a implementação de metodologias que favoreçam o desenvolvimento orgânico da sustentabilidade.
A bioeconomia, ao reunir os resultados esperados pelo mercado de carbono e ser acessível para a agricultura familiar, poderia ser a fonte mais adequada ao financiamento da agricultura. No entanto, mesmo com os ingredientes à mesa, ainda parece faltar algo para que este desafio deixe de ser relevante.
O Brasil
No meio rural, a agricultura familiar representa a maior parte dos estabelecimentos e pessoas, enquanto o agronegócio responde pela maior parte das terras e pelo uso intensivo de maquinários.
Além dos territórios produtivos, o Brasil possui uma vasta área destinada à vegetação protegida. Nesse contexto, o país se apresenta como um dos maiores preservadores de floresta do mundo. Isso ocorre, em grande medida, pela existência das áreas de preservação, unidades de conservação e comunidades tradicionais.
O desafio de financiar a agricultura, no Brasil, é especialmente interessante porque traria uma vitória para o mundo todo em termos de captura de carbono, produção de alimentos e energia limpa.
Blockchain e Agricultura
Hoje a intercessão entre agricultura e blockchain é construída principalmente por soluções criadas dentro do nicho das Finanças Regenerativas (ReFi).
Dentro deste nicho agricultores, startups, educadores, cientistas e gestores de capital, acumulam soluções para redesenhar estruturas de mercado que possam garantir que a agricultura seja recompensada não apenas pela atividade comercial, mas pelas externalidades positivas que produz.
Mesmo que seus resultados estejam entrelaçados, as soluções podem ser organizadas em três nichos.
Soluções para o mercado de carbono
As soluções para o mercado de carbono na blockchain têm por objetivo aumentar a eficiência, transparência e liquidez deste mercado, que com todos desafios ainda é necessário, seguem alguns exemplos:
Um marketplace de créditos de compensação ambiental e biodiversidade, lá qualquer pessoa, de maneira não permissionada, consegue comprar créditos de comunidades locais ao redor do mundo.
Uma das mais sólidas soluções em tokenização de créditos de carbono, o Toucan Protocol foi o primeiro marketplace de créditos de carbono tokenizados a ter seus tokens reconhecidos pela Verra.
A Moss foi a primeira empresa brasileira a tokenizar créditos de carbono, apesar de ter sido alvo de acusações de falha em apresentar informações sobre as áreas reflorestadas, a empresa segue fechando grandes parcerias.
Para a verificação de impacto
É uma startup queniana que desenvolve soluções para medição de impacto ambiental, o que a torna especialmente interessante é que suas soluções de baixo custo podem ser acessadas por pequenos agricultores.
Uma iniciativa de gestão de dados de carbono e da biodiversidade, a dClimate utiliza oráculos de blockchain para processar dados de maneira transparente e descentralizada.
Com mais de U$300mi em premiações distribuídas, o xPrize é a maior iniciativa de fomento ao mapeamento digital de biodiversidade do mundo.
Para aumentar a liquidez da economia regenerativa.
Um venture capital que investe em soluções open source em rede.
A brasileira ForestFi está baseada em Manaus e oferece soluções para aumentar a liquidez da bioeconomia utilizando a tecnologia blockchain.
Um hub de soluções de crédito para agricultura familiar com foco em café e cacau no sul global.
A Ekonavi tem atuado no terceiro nicho, recebendo recursos financeiros oriundos de transações na blockchain e repassando para os projetos cadastrados na plataforma.
No entanto, com o avanço da adoção da blockchain por instituições tradicionais, surge a oportunidade para a Ekonavi escalar o impacto que gera oferecendo não apenas uma transferência, mas infraestrutura para que os projetos registrados na plataforma possam acessar o valor financeiro atrelado às práticas regenerativas que por natureza fazem parte de suas atividades.
Como fazer isso?
O maior obstáculo ao acesso de agricultores e construtores aos recursos oriundos de créditos de carbono ou biodiversidade é a complexidade deste mercado. Tal complexidade faz com que o custo da informação seja demasiado alto se comparado aos benefícios para pequenas propriedades.
A natureza do desafio está posta em duas características principais:
A complexidade faz parte da natureza deste mercado.
Não podemos exigir que pequenos produtores paguem o custo da complexidade.
Ekonavi + ReFaz
O desafio que a Ekonavi se prepara para enfrentar diz respeito a oferecer uma infraestrutura simplificada para que os projetos cadastrados na plataforma possam transformar o seu impacto socioambiental em ativos financeiros.
Para encarar tal desafio, a Ekonavi firmou parceria com o ReFaz, um escritório que desenvolve soluções na intercessão entre Blockchain, Educação, Finanças e Regeneração para projetos brasileiros de impacto socioambiental.
Com uma equipe com experiência nacional e internacional no que diz respeito a introdução da blockchain para comunidades locais, a equipe do ReFaz também acumula atuação na área de conflitos humanitários envolvendo crimes ambientais.
Além disso, recentemente integrantes do ReFaz se juntaram à equipe BlockTeam na hackathon organizada pelo Tesouro Nacional para tokenizar os títulos da dívida pública brasileira. A solução construída pelo time diz respeito à inclusão de dados de impacto nos títulos soberanos sustentáveis, e recebeu prêmios em duas das cinco categorias da disputa.
Por sua vez, a Ekonavi vem acumulando premiações e participações no espaço de desenvolvimento das finanças regenerativas, através das suas inovações tecnológicas. Em 2023 foi selecionada entre os melhores projetos de tokenização do Mercado Bitcoin, da XRP Ripple e da Regen Network, abrindo novas oportunidades para a comunidade.
Juntos, Ekonavi e ReFaz desenvolverão três soluções para a comunidade de projetos da plataforma, a primeira é uma infraestrutura para calcular o valor financeiro do impacto socioambiental que produzem, e a segunda para facilitar a disponibilização deste valor ao mercado, e a terceira para permitir que investidores possam investir no ecossistema da plataforma com toda a transparência e segurança que a blockchain oferece.
Te convidamos a nos acompanhar nessa jornada, e para não perder nada, iremos documentando os obstáculos, as conquistas, e os aprendizados encontrados durante esta caminhada.
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E pode conhecer agora à plataforma colaborativa que catalisa a regeneração ecológica: https://ekonavi.com